Fotos: Arquivo Pessoal
Nascida e criada em Santa
Maria, Romilda do Nascimento, 83 anos, foi para o Rio de Janeiro para tentar melhorar a qualidade de vida. Na Cidade Maravilhosa, ela morou por 39 anos, sendo 20 deles passados no Bairro Duque de Caxias.
Romilda era filha do ferroviário Esmeraldino do Nascimento (falecido em 1990) e da lavadeira Zilda Brum do Nascimento (falecida em 1985). Ela trabalhou durante anos limpando e passando roupas em casas de família.
A idosa não chegou a ter filhos e o companheiro, que conheceu no Rio de Janeiro, Firmino Rufino, faleceu há pouco mais de dois anos. Desde então, Romilda retornou para Santa Maria, para ficar junto à família, no Bairro Nossa Senhora das Dores. Ela teve sete irmãos. Entre eles, Romeu, 75 anos, e Rossi do Nascimento, 83, com quem morou nos últimos anos.
Rossi conta que, quando jovem, ela e Romilda adoravam se divertir na noite santa-mariense:
- Estávamos sempre juntos nos bailes da cidade. Depois, começamos a nos envolver com o carnaval. A Romilda adorava se divertir. Estava sempre rindo e alegrando o ambiente que estava.
A irmã de Romilda lembra que quando ia visitá-la no Rio, as duas realizavam vários passeios nos pontos turísticos, principalmente nas praias.
Rossi diz ainda que Romilda era muito ativa. Mesmo aposentada, não conseguia ficar parada.
Romeu acrescenta que Romilda adorava estar na cozinha. Doces eram a especialidade da idosa, assim como o risoto.
- Nenhum outro risoto tem o mesmo sabor que o dela. Era bem temperado. Enquanto minha irmã cozinhava, o cheiro da comida percorria a casa toda. Os bolos e doces, então, eram deliciosos - recorda Romeu.
Mesmo introvertida, Romilda tinha a solidariedade como missão de vida. De acordo com Rossi, ela estava sempre disposta a ajudar a quem precisasse.
Cuidar de plantas e folhagens era outro dom da santa-mariense. Romeu conta que a irmã trouxe mais de 20 potes com sementes típicas do Rio. Agora, quem cuida do jardim é Rossi.
Romilda ensinou que vale a pena lutar pelos sonhos. Aos familiares, deixou exemplo de honestidade, bem como da importância de serem unidos.
Ela estava há 31 dias internada no Hospital Casa de Saúde, em Santa Maria, em tratamento de um câncer pulmonar. Em 24 de janeiro, Romilda faleceu devido a complicações da doença. Ela foi sepultada no dia seguinte, no Cemitério Ecumênico Municipal, em Santa Maria.